Recife de Nassau

Sou da terra que o boi voou,
Mesmo ele sem ter asas.
Passou por cima das casas,
Subiu, voou e voltou.
Não fui eu quem inventou,
Tá na história da gente.
Mesmo que incoerente,
Foi um caso especial,
Promovido por Nassau,
Que em Recife foi regente

 O príncipe holandês,
Aqui mostrou seu valor,
Engenheiro construtor,
Aqui muita coisa fez,
Mas a sua insensatez,
Foi gastar muito dinheiro,
E o lado financeiro,
O fez ficar quebrado
E para ser solucionado,
Fez ele o boi voar!
Ninguém podia acreditar,
E quem viu foi cobrado.


 Para ver o boi voar,
Tinha que cruzar a ponte.
O pedágio era a fonte,
Pra suas dívidas pagar.
Ele não podia esperar,
Da Holanda dinheiro.
Dai pensou primeiro,
Como obter o valor,
Ai, fez o boi voador.
Coisas de engenheiro.



Um boi de cavalo marinho,
Amarrado em cordão,
Puxado em corrimão,
No alto do sobradinho.
Tudo feito com carinho,
Não podia dar errado,
Pro povo não ser frustrado,
E assim ser aplaudido,
O povo foi iludido,
Mas o espetáculo animado.

... Otacilio Pires

Nenhum comentário:

Postar um comentário