sábado, 29 de dezembro de 2012

Fim de ano! O começo de outro!
( Feliz Ano Novo!)
 
Alegria ao findar de um ano
Há duas maneiras de ser.
Por um que está acabando,
Ou o outro que vai nascer.
Por um ciclo terminado,
Outro pra ser iniciado,
Desafios a acontecer.
 
 
 Se o que passou foi bom,
Se tudo terminou bem,
Planeja o ano que vem,
Pra continuar neste tom.
Aprimore o seu dom,
Sem cometer excesso.
Você vai sentir progresso,
Vivendo com muita alegria,
Sinta a sua maestria,
Tenha um ano de sucesso!
 
 
 Se o ano que passou foi mal,
Aproveite este ensinamento.
Aprenda que a vida é momento,
Que a vida é essa real.
Pense que você é especial,
Tudo na vida é lição,
Inverta esta condição,
Você tem capacidade.
Viva com liberdade!
Pois a vida é emoção!

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Natal!
 
Natal! Há sempre um nascer e renascer!
A figura do Deus menino, Seu poder e graça!
Na força da fragilidade, entre os animais da praça.
Mas há dogmas religiosos que nos impede crescer
O aceitar de um Jesus, do jeito que deve ser!
Sem medo, sem ódio, como ele assim pregou.
Não em vê-lo crucificado, Isso o martirizou.
Porque Deus é amor e, assim, compreensão.
Porque Deus está em ti e, também, em teu irmão.
Está em todos nós! Foi assim que Jesus falou!
 ..Otacilio Pires

   As religiões cristãs sempre colocaram o arquétipo de Jesus Cristo Crucificado como um símbolo de culpa que devemos levar para o resto dos nossos dias. É como se tivéssemos que pagar pela crucificação e pela redenção dos nossos pecados. Nesta culpa subjetiva está a prisão e o sufoco imposto pelo medo, que é o inverso da palavra religião ou Re-ligare.  Deus é Amor não é temor. Não são necessários sacrifícios martírios nem, tão pouco, tristeza.

 O Deus menino, na figura natalina de Jesus, nascido entre animais em uma manjedoura,  induz  a leveza da criança e nos aproxima de um Deus, um Deus menino nascido entre os homens e animais,  sem medo de pagamentos pós  morte: Purgatório, céu ou inferno.O Deus menino nos liberta deste medo e nos renova em fé! Sem medos ou receios.

Salve a Natividade!

domingo, 23 de dezembro de 2012

Calendário Maia

Calendário Maia
(Fim do Mundo)
 
Em uma visão escatológica,
Vista pelo calendário Maia;
O derradeiro dia de Gaia,
Parece, aqui, não ter lógica!
Mudando então esta ótica,
Desta miragem apocalíptica.
Melhor viver de forma etílica,
Aproveitem o dia que vem
Viva então o Carpe Dien
Pois toda vida é cíclica!

 ...Otacilio Pires 22/12/12 (1º dia depois do fim do mundo)

sábado, 15 de dezembro de 2012

Teoria do modelo

Qual o segredo de Deus,
O qual buscava Einstein?
Quanto mistério contém?
O homem, um ser proteu,
Procura o que não é seu!
Cria modelos imperfeitos!
Gera no mundo defeitos,
Que nunca tem solução!
Ser co-criador da criação,
Ser Deus  mas sem seus feitos!

Estudando a relatividade,
Criar uma teoria geral,
Em todo espaço sideral,
A luz e sua velocidade!
Em busca da grande verdade,
Energia ao variar da massa,
Quando a velocidade ultrapassa,
O percurso da luz em um ano.
Efeito divino e soberano,
De um Deus e da sua graça!
 

Energia igual a MC ao quadrado
 Esta é a equação relativista!
E Einstein dela conquista,
O seu modelo imaginado.
Mesmo assim foi contestado,
Não por uma questão semântica,
Mas por modelação quântica,
Sobre a dualidade da luz,
É isso que o modelo conduz,
A relativa verdade errática!
 
Modelos superam modelos
E respondem àquele status
Mas logo aparecem fatos
Que não tem como respondê-los!
Elaboram-se novos apelos
E equações diferenciai
E em derivadas e integrais
Vai se transformando em norma
E assim a teoria se forma
Mas em verdade pura; Jamais!

...Otacilio Pires

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Inspiração de Pascal

Que grande quimera é o homem
Ao lidar com a natureza.
Ele, princípio de incerteza,
A trata como lhe convém.
Mas isso o deixa refém,
Do progresso destruidor
O homem o grande mentor
E de natureza covarde.
Depositário da verdade,
Achando-se dela, tutor.

Que confuso caos!
Que natureza mesquinha!
O homem assim caminha,
destruindo seus degraus.
Neste espectro dimensional,
Acha-se um ser sublime,
que ele aqui decline,
Da sua ingratidão.
Este filho de Adão,
Ao criador redime.

Homem; Juiz de todas os seres,
Glória e escândalo do universo.
Este ser tão perverso,
Adora mostrar seus poderes.
Esquece, até, seus deveres,
Para sua continuidade.
Eleva sua insanidade,
Pela ganancia do momento,
Resta só o lamento,
Desta sua insanidade.

...Otacilio Pires

sábado, 1 de dezembro de 2012


 
Vôte! Não vejo em quem vote!
O sertão continua ao Deus dará,
E o povo não sabe o que fará,
Abandonado, mercê da sua sorte,
Vendo gado chegando a sua morte,
Políticos falhando na promessa,
De eleição a eleição, é só conversa...
Seus discursos são cheios de mentiras,
Alimenta no povo a sua ira,
Mas a seca, é que rende voto à beça!

 


A água que falta a gente
Não é culpa da estiagem
Vem da falta de coragem
Da política, que é ausente
É de uma raça que mente
E engana o próprio irmão
Vem da falha na ação
De quem jurou não falhar
E ao invés de trabalhar
Trás é vergonha a nação.

 

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Minha solidariedade ao povo da terra do Cipó!

A terra arde na serra do cipó,
E cresce a dor e a tristeza,
O fogo destruindo a natureza
Um espetáculo dantesco que dá dó!
Choro! Minha garganta dá um nó!
Vejo flora e fauna destruídas,
Apélo ao saber dos Druídas,
E aos socorros do Xamã,
Peço chuva ao Deus Tupã,
Que salvem àquelas vidas!
...
Perdoem!
Mas estou, tristemente, comovido!
Seu Ribeiro, como andam os trabalhos na Serra?
Otacilio Pires
 >>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>

Minha resposta:

:
O incendio criminoso
Matou inhambu no ninho,
Me contou um passarinho
Que aqui sobrevoou!
Mâe Natureza chorou
Comovendo o firmamento
Que, ouvindo o seu lamento
Pela fumaça levado,
Fez chover no meu serrado
Pedindo pausa pro vento.
...
Seu Ribeiro
Rapaz, a coisa foi feia! É triste constatar que tem gente que não percebeu que desrspeitar a natureza é atentar contra a própria vida! Lamentável este epsódio!!!

domingo, 7 de outubro de 2012

Para ler e refletir sem preconceitos.

A espetacularização e a ideologização do Judiciário

04/10/2012

É com muita tristeza que escrevo este artigo no final da tarde desta quarta-feira, após acompanhar as falas dos ministros do Superemo Tribunal Federal. Para não me aborrecer com e-mails rancorosos vou logo dizendo que não estou defendendo a corrupção de políticos do PT e da base aliada, objeto da Ação Penal 470 sob julgamento no STF. Se malfeitos foram comprovados, eles merecem as penas cominadas pelo Código Penal. O rigor da lei se aplica a todos.
Outra coisa, entretanto, é a espetacularização do julgamento transmitido pela TV. Ai é ineludível a feira das vaidades e o vezo ideológico que perpassa a maioria dos discursos.
Desde A ideologia Alemã, de Marx/Engels (1846), até o Conhecimento e interesse, de J. Habermas (1968 e 1973), sabemos que por detrás de todo conhecimento e de toda prática humana age uma ideologia latente. Resumidamente, podemos dizer que a ideologia é o discurso do interesse. E todo conhecimento, mesmo o que pretende ser o mais objetivo possível, vem impregnado de interesses.
Pois, assim é a condição humana. A cabeça pensa a partir de onde os pés pisam. E todo o ponto de vista é a vista de um ponto. Isso é inescapável. Cabe analisar política e eticamente o tipo de interesse, a quem beneficia e a que grupos serve e que projeto de Brasil tem em mente. Como entra o povo nisso tudo? Ele continua invisível e até desprezível?
A ideologia pertence ao mundo do escondido e do implícito. Mas há vários métodos que foram desenvolvidos, coisa que exercitei anos a fio com meus alunos de epistemologia em Petrópolis, para desmascarar a ideologia. O mais simples e direto é observar a adjetivação ou a qualificação que se aplica aos conceitos básicos do discurso, especialmente, das condenações.
Em alguns discursos, como os do ministro Celso de Mello, o ideológico é gritante, até no tom da voz utilizada. Cito apenas algumas qualificações ouvidas no plenário: o mensalão seria “um projeto ideológico-partidário de inspiração patrimonialista”, um “assalto criminoso à administração pública”, “uma quadrilha de ladrões de beira de estrada” e um “bando criminoso”. Tem-se a impressão de que as lideranças do PT e até ministros não faziam outra coisa que arquitetar roubos e aliciamento de deputados, em vez de se ocuparem com os problemas de um país tão complexo como o Brasil.
Qual o interesse, escondido por detrás de doutas argumentações jurídicas? Como já foi apontado por analistas renomados do calibre de Wanderley Guilherme dos Santos, revela-se aí certo preconceito contra políticos vindos do campo popular. Mais ainda: visa-se aniquilar toda a possível credibilidade do PT, como partido que vem de fora da tradição elitista de nossa política; procura-se indiretamente atingir seu líder carismático maior, Lula, sobrevivente da grande tribulação do povo brasileiro e o primeiro presidente operário, com uma inteligência assombrosa e habilidade política inegável.
A ideologia que perpassa os principais pronunciamentos dos ministros do STF parece eco da voz de outros, da grande imprensa empresarial que nunca aceitou que Lula chegasse ao Planalto. Seu destino e condenação é a Planície. No Planalto poderia penetrar como faxineiro e limpador dos banheiros. Mas nunca como presidente.
Ouvem-se no plenário ecos vindos da Casa Grande, que gostaria de manter a Senzala sempre submissa e silenciosa. Dificilmente, se tolera que através do PT os lascados e invisíveis começaram a discutir política e a sonhar com a reinvenção de um Brasil diferente. Tolera-se um pobre ignorante e mantido politicamente na ignorância. Tem-se verdadeiro pavor de um pobre que pensa e que fala. Pois, Lula e outros líderes populares ou convertidos à causa popular como João Pedro Stedile, começaram a falar e a implementar políticas sociais que permitiram uma Argentina inteira ser inserida na sociedade dos cidadãos.
Essa causa não pode estar sob juízo. Ela representa o sonho maior dos que foram sempre destituídos. A Justiça precisa tomar a sério esse anseio a preço de se desmoralizar, consagrando um status quo que nos faz passar internacionalmente vergonha. Justiça é sempre a justa medida, o equilíbrio entre o mais e o menos, a virtude que perpassa todas as virtudes (“a luminossísima estrela matutina” de Aristóteles). Estimo que o STF não conseguiu manter a justa medida. Ele deve honrar essa justiça-mor que encerra todas as virtudes da polis, da sociedade organizada. Então, sim, se fará justiça neste país.

* Leonardo Boff, teólogo e filósofo, é professor aposentado de ética da Uerj.

domingo, 16 de setembro de 2012

 
DE DOMINGO AGORA A OITO
(Jessier Quirino)


De domingo agora a oito
É dia de eleição
É dia do pleiteante
– Do fundo do coração –
Perguntar: o que desejas?
A quem tem de louça um caco
De terra só tem nas unhas
E mora de inquilino
Numa casa de botão.

De domingo agora a oito
É dia arreganha-cofre
É de ajudar os que sofrem
É dia do estende-a-mão
De se abraçar com farrapos
De mastigar vinte sapos
E não ter indigestão.

É dia de expor na fala
Que bem conhece o riscado:
– Ninguém come mais insosso
Ninguém mais bebe salgado!

De domingo agora a oito
Não relampeja nem chove
É dia que nos comove
É o grande dia D.

Agora o dia fu-D
Vai ser de domingo a nove.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

O tribunal da consciência e a corrupção

20/08/2012 Leonardo Boff

 

O corrupto ama a escuridão e abomina a luz. Ele sabe o quanto é condenável o que pratica. É nesse ponto que se anuncia a consciência. Fizeram-se inumeráveis interpretações do fato da consciência. Tentaram derivá-la da sociedade, dos super-egos das tradições e da religiões, do ressentimento face aos fortes e outros. Os manuais de ética referem infindáveis discussões sobre a origem, a natureza e o estatuto da consciência. Entretanto, por mais que tentemos derivá-la de outras realidades, ela se mantém como instância irredutível e última.

Ela possui a natureza de uma voz interior que não consegue ser calada. Exemplifiquemos: em 310 o imperador romano Maximiano mandou dizimar uma unidade soldados cristãos porque, depois de uma batalha, se negaram a degolar inocentes. Antes de serem executados, deixaram uma carta ao imperador:”Somos teus soldados e temos as armas em nossas mãos. Entretanto, preferimos morrer a matar inocentes a ter que conviver com a voz da consciência nos acusando”(Passio Agaunensium). A 3 de fevereiro de 1944 escreve outro soldado alemão e cristão a seus pais: ”fui condenado à morte porque me neguei a fuzilar prisioneiros russos indefesos. Prefiro morrer a levar pela vida afora a consciência carregada com o sangue de inocentes. Foi a senhora, minha mãe, que me ensinou a seguir sempre primeiro a voz da consciência e somente depois as ordens dos homens(Letzte Briefe zum Tode Veruteilter).

Que poder possui essa voz interior a ponto de vencer o medo natural de morrer e aceitar ser morto? Ela admoesta, julga, premia e castiga. Com razão Sócrates e Sêneca testemunhavam que a consciência”é Deus dentro de ti, junto de ti e contigo”. Kant, o grande mestre do pensamento ético, dizia que “a consciência é um tribunal interno diante do qual pensamentos e atos são julgados inapelavelmente”. Foi esse filósofo que introduziu claramente a distinção entre preço e dignidade. Aquilo que tem preço pode ser substituído por algo equivalente. Entretanto há uma instância em nós que está acima de todo preço e que, por isso, não admite nada que a substitua: essa é a dignidade humana”, fundada na consciência de que “o ser humano é um fim em si mesmo e que não pode jamais servir de meio para qualquer outra coisa”.

O mau e o corrupto se escondem sem que ninguém os procure e fogem sem que ninguém os persiga. Donde lhe vem esse medo e pavor? Quem é esse que vê os dinheiros escondidos e para os quais não existem cofres secretos nem senhas para abri-los? Para ela não há segredos em quatro paredes palacianas ou em obscuro quarto de hotel. O corrupto sabe e sente que a consciência é maior que ele mesmo. Não possui poder sobre ela. Não a criou. Nem pode destrui-la. Ele pode desobedecer ao seus imperativos. Negá-la. Violentá-la. Mas o que ele não pode é silenciá-la.

Por que aventamos esse clamor íntimo? Porque estamos interessados em conhecer os tormentos que a má consciência inflinge ao coração e à mente daquele corrupto que desviou dinheiro público, que se apropriou das poupanças dos trabalhadores e dos idosos e que, desmascarado, teve que inventar mentiras e mais mentiras para esconder o seu malfeito. Mas não há nada escondido que um dia não seja revelado.

Mesmo que saia absolvido em um tribunal, porque contratou advogados hábeis em fazer narrativas tão lógicas que encobriram seu crime e convenceram os magistrados, ele não consegue escapar do tribunal interior que o condena. Uma voz o persegue para onde for, acusando-o de indigno diante de si mesmo, incapaz de olhar com olhos límpidos para sua esposa e filhos e conversar com coração aberto com seus amigos. Uma sombra o acompanha e lhe rouba a irradiação que nasce da bondade originária de uma consciência serena e feliz. A vida o amaldiçoa porque traíu a verdade, violou sua própria dignidade e se fez desprezível diante de sua própria consciência.

 

 

 

Primeira votação de destaques à MP do Código Florestal desagrada ambientalistas

A primeira votação de destaques à Medida Provisória (MP) do Código Florestal deixou a bancada ambientalista insatisfeita. Isso porque a comissão mista que analisa as propostas de emendas ao texto enviado pelo governo aprovou a inclusão no projeto de destaque que acaba com as áreas de preservação permanente (APPs) em rios não perenes.
Assim, os rios que nãos são permanentes, que secam durante determinado período do ano, não precisarão mais ter as margens preservadas. Para o senador Jorge Viana (PT-AC), que relatou o projeto do código no Senado, essa emenda trata da metade dos rios do país.
“É a mais desastrosa votação que eu já vi para a lei ambiental brasileira. Metade dos rios vai ficar sem proteção e isso compromete toda a rede hidroviária. Os rios não perenes são os pequenos ou as nascentes. Eles secam durante um período do ano e depois, quando chove, voltam a encher e desaguam nos rios perenes. Se eles não forem preservados, todos os outros estão em risco. É de uma irresponsabilidade alarmante”, disse Viana.
Os ruralistas, no entanto, negam que o efeito da não preservação em rios não permanentes signifique o fim desses rios. “Se fosse assim a Europa não tinha uma gota d’água, porque lá não existe área de preservação. A relação não é direta assim: não tem árvore, não tem água”, declarou a senadora Kátia Abreu (PSD-TO), um dos principais nomes da bancada ruralista.
Ela admite, contudo, que a decisão sobre as áreas de preservação permanente nos rios que secam durante um período do ano seria diferente se fosse tomada pelos estados. Na opinião da senadora, foi um erro o governo manter no Código Florestal a prerrogativa de o Congresso Nacional decidir sobre as APPs.
“É mais uma prova de que essas questões deveriam ter ido para os estados. Se tivesse ido para os estados, nada disso teria acontecido. É muita soberba e realeza querer discutir APP no Congresso Nacional”, disse a senadora.
Além desse destaque, os ruralistas também ganharam a batalha em outra emenda que tratava das áreas de pousio. Áreas que ficam esgotadas após um tempo de agricultura ou pastagem e acabam sem uso durante um tempo. O relator da MP, senador Luiz Henrique (PMDB-SC), incluíra em seu parecer essas áreas no percentual de reserva legal das propriedades por um período máximo de cinco anos e observado o limite de até 25% da propriedade.
A bancada ruralista, no entanto, conseguiu retirar o trecho que trata da área máxima, mas manteve o prazo até cinco anos. Após esse período, se a recomposição florestal naquele pedaço de terra da propriedade não tiver ocorrido naturalmente, o produtor não poderá mais contá-lo como reserva legal.
Além desses dois pontos, mais três emendas foram votadas. Uma delas propunha retirar do texto a definição de áreas úmidas, como o Pantanal, e foi rejeitada. Outra que propunha excluir a definição de áreas abandonadas foi aprovada. Os parlamentares aprovaram ainda emenda que incluiu a definição de créditos de carbono.
Os membros da comissão mista especial voltam a se reunir nesta quinta-feira (9) para votar mais 28 destaques à matéria. Na quarta-feira (8) cedo mais de 300 emendas à MP foram rejeitadas em bloco. (Fonte: Agência Brasil)


Que será dos nossos rios?
Que absurdo essa medida!
Isso é atentar contra a vida,
Pensamentos em desvarios,
Isso fere nossos brios.
Segue aqui meu protesto
Criando um manifesto,
Em defesa do ambiente,
Lutar contra essa gente,
Politiqueiros a quem contesto

Veja em quem você vota,
Veja se é ruralista,
Faça você uma lista,
Feche assim essa porta,
Exija dele uma nota,
Uma carta de compromisso.
Pra que ele não seja omisso,
E em favor do  meio ambiente,
Não vamos votar nessa gente,
Que transforma o País em cortiço.

domingo, 5 de agosto de 2012

A lua que não dei


A LUA QUE NÃO DEI
 (Compartilhado do amigo poeta Melchior Sezefredo Machado)

Compreendo pais, e me encanto com eles, que desejariam dar o mundo de presente aos filhos. E, no entanto, abomino os que, a cada fim de semana, dão tudo o que os filhos lhes pedem nos shoppings onde exercitam arremedos de paternidade. E não há paradoxo nisso. Dar o mundo é sentir-se um pouco como Deus, que é essa a condição de um pai. Dar futilidades como barganha de amor é, penso eu, renunciar ao sagrado. Volto a narrar, por me parecer apropriado à croniqueta, o que me aconteceu ao ser pai pela primeira vez. Lá se vão, pois, 45 anos. Deslumbrado de paixão, eu olhava a menina no berço, via-a sugando os seios da mãe, esperneando na banheira, dormindo como anjo de carne. E, então, eu me prometia, prometendo-lhe: 'Dar-lhe-ei o mundo, meu amor. E não lhe dei. E foi o que me salvou do egoísmo, da tola pretensão e da estupidez de confundir valores materiais com morais e espirituais. Não dei o mundo à minha filha, mas ela quis a Lua. E não me esqueço de como ela pediu a Lua, há anos já tão distantes. Eu a carregava nos braços, pequenina e apenas balbuciante, andando na calçada de nosso quarteirão, em tempos mais amenos, quando as pessoas conversavam às portas das casas. Com ela junto ao peito, sentia-me o mais feliz homem do mundo, andando, cantarolando cantigas de ninar em plena calçada. Pois é a plenitude da felicidade um homem

 jovem poder carregar um filho como se acariciando as próprias entranhas. Minha filha era eu, e eu era ela. Um pai é, sim, um pequeno Deus, o criador. E seu filho, a criatura bem amada. E foi, então, que conheci a impotência e os limites humanos. Pois a filhinha a quem eu prometera o mundo ergueu os bracinhos para o alto e começou a quase gritar, assanhada, deslumbrada: 'Dá, dá, dá...

 Ela descobrira a Lua e a queria para si, como ursinho de pelúcia, uma luminosa bola de brincar. Diante da magia do céu enfeitado de estrelas e de luar,

minha filha me pediu a Lua e eu não lhe pude dar. A certeza de meus limites permitiu, porém, criar um pacto entre pai e filhos: se eles quisessem o impossível, fossem em busca dele. Eu lhes dera a vida, asas de voar, diretrizes, crença no amor e, portanto, estímulo aos grandes sonhos. E o sonho da primogênita começou a acontecer num simbolismo que, ainda hoje, me amolece o coração. Pois, ainda adolescente, lá se foi ela embora, querendo estudar no Exterior. Vi-a embarcar, a alma sangrando-me de saudade, a voz profética de Kalil Gibran em sussurros de consolo:

 “Vossos filhos não são vossos filhos, mas são os filhos e as filhas da ânsia da vida por si mesma. Eles vêm através de vós, mas não de vós. E embora vivam convosco, não vos pertencem. Vós sois os arcos dos quais vossos filhos são arremessados como flechas vivas.”

 Foi o que vivi, quando o avião decolou, minha criança a bordo. No céu, havia uma Lua enorme, imensa. A certeza da separação foi dilacerante. Minha filha fôra buscar a Lua que eu não lhe dera. E eu precisava conviver com a coerência do que transmitira aos filhos: 'O lar não é o lugar de se ficar, mas para onde voltar. '

 Que os filhos sejam preparados para irem-se, com a certeza de ter para onde voltar quando o cansaço, a derrota ou o desânimo inevitáveis lhes machucarem a alma. Ao ver o avião, como num filme de Spielberg, sombrear a Lua, levando-me a filha querida, o salgado das lágrimas se transformou em doçura de conforto com Kalil Gibran: como pai, não dando o mundo nem Lua aos filhos, me senti arqueiro e arco, arremessando a flecha viva em direção ao mistério. Ora, mesmo sendo avós, temos, sim e ainda, filhos a criar, pois família é uma tribo em construção permanente. Pais envelhecem, filhos crescem, dão-nos netos e isso é a construção, o centro do mundo onde a obra da criação se renova sem nunca completar-se. De guerreiros que foram, pais se tornam pajés. E mães, curandeiras de alma e de corpo. É quando a tribo se fortalece com conselheiros, sábios que conhecem os mistérios da grande arquitetura familiar, com régua, esquadro, compasso e fio de prumo. E com palmatória moral para ensinar o óbvio: se o dever premia, o erro cobra. Escrevo, pois, de angústias, acho que angústias de pajé, de índio velho. A nossa construção está ruindo, pois feita em areia movediça. É minúsculo o mundo que pais querem dar aos filhos: o dos shoppings. E não há mais crianças e adolescentes desejando a Lua como brinquedo ou como conquista. Sem sonhos, os tetos são baixos e o infinito pode ser comprado em lojas. Sem sonhos, não há necessidade de arqueiros arremessando flechas vivas. Na construção familiar, temos erguido paredes. Mas, dentro delas, haverá gente de verdade?



Cecílio Elias Netto

(escritor e jornalista)

quarta-feira, 11 de julho de 2012



La educación no cambia el mundo,
la educación cambia a las personas
para que ellas cambien el mundo.
Paulo Freire.


Aprendendo a aprender
 

Eu, hoje, não sei que se passa,
Na atual educação brasileira,

Agora com nova bandeira,

De educação para massa,

E de uma forma tão escassa,
Não ensinam ler e escrever.

Não existe, de casa, o dever
Não se ensina mais tabuada

Só sei que nessa toada
A educação é delinquente

E nada é tão incoerente
Quanto a essa burrice declarada.

...Otacilio Pires

OS TRABALHADORES

(Rogaciano Leite – Um dos Poetas do Pajeú)


(Poesia que está inserida num marco da Praça Vermelha de Moscou, onde o poeta esteve em 1968)

Uma língua de fumo, enorme, bandoleante,
Vai lambendo o infinito – espessas e fatigada…
É a fumaça que sai da chaminé bronzeada
E se condensa em nuvens pelo espaço adiante!

Dir-se-ia uma serpente de inflamada fronte
Que assomando ao covil, ameaçadora e turva,
E subindo… e subindo…assim, de curva em curva,
Fosse enrolar a cauda ao dorso do horizonte!

Mas, não! É a chaminé da fábrica do outeiro
- Esse enorme charuto que a amplidão bafora -
Que vai gerando monstros pelo céu afora,
Cobrindo de fumaça aquele bairro inteiro.

Ouve-se da bigorna o eco na oficina,
O soluço da safra e o grito do martelo…
Como tigres travando ameaçador duelo
As máquinas estrugem no porão da usina!

É o antro onde do ferro o rebotalho impuro
Faz-se estrela brilhante à luz de áureo polvilho!
É o ventre do Trabalho onde gera o filho
Que estende a fronte loura aos braços do Futuro!

Um dia,de uma idéia uma semente verte,
Resvala fecundante e,se agregando ao solo,
Levanta-se… floresce… e ei-la a suster no colo
Os frutos que não tinha – enquanto estava inerte!

Foi o germe da Luz,a flor do Pensamento
Multiplicando a ação da força pequenina:
- De um retalho de bronze uma oficina!
- De uma esteira de cal gerou um monumento!

Trabalhar! Que o trabalho é o sacrifício santo,
Estaleiro de amor que as almas purifica!
Onde o pólen fecunda, o pão se multiplica
E em flores se transforma a lágrima do pranto!

Mas não vale o Trabalho andar a passo largo
Quando a estrada é forrada de injustiça e crimes…
Porque em vez de frutos dúlcidos,sublimes,
Gera bagos mortais e de sabor amargo!

Ide ver quanto herói, quanto guindaste humano
Sob a poeira exaustiva e o calor fatigante,
Os músculos de ferro, o porte gigante,
Misturando o suor o seu pão quotidiano.

Sua força é milagre! A redenção bendita!
O seu rígido braço é a enérgica alavanca
O escopro milagroso,a chave que destranca
O Reino do Progresso onde a Grandeza habita!

Sem os pés desse herói a Evolução não anda!
Sem as mães desse bravo uma nação não cresce!
A indústria não produz! A campo não floresce!
O comércio definha! A exportação debanda!

No entanto,vê-de bem! Esses heróis sem nome,
Malditos animais que ainda escraviza o ouro,
Arrastam – que injustiça! – o carro do tesouro,
Atrelados à dor, à enfermidade, e à fome!

Quanto prédio imponente e de valor santuário
Erguido para o céu, firmado no infinito,
Indiferente à dor, indiferente ao grito
De desgraça que invade a choça do operário!

De dia é no labor! Exposto ao sol e à chuva!
De noite, na infecção de uma choupana escura
Onde breve uma filha há de tornar-se impura
E u’a mulher faminta há de ficar viúva!

Nem mesmo o sono acolhe as pálpebras cansadas!
O leite é a umidez dos fétidos mocambos!
O pão é escasso e duro! As vestes são molambos
E o calçado é paiol das ruas descalçadas!

Ali, a Medicina é estranho um só prodígio!…
Nunca um livro se abrirá em risos de esperança
Para encher de fulgor os olhos da criança,
Apontando-lhe o céu… mostrando-lhe um vestígio!…

Tudo é treva e descrença! O próprio Deus é triste
Ouvindo esse ofegar de corações humanos…
E a Lei – mulher feliz que dorme há tantos anos -
Não acorda pra ver quanta injustiça existe!

Onde está esse amor que os sacerdotes pregam?
Os estão essas leis que o Parlamento imprime?
O Código não pode abrir o seio ao Crime,
Infamando o pudor que os Tribunais segregam!

Vê-de bem da fornalha a rubra labareda!…
Olhai das chaminés o fumo que desliza!…
Pois é o sangue… É o suor do pobre que agoniza
Enquanto a lei cochila entre os divãs de seda!

Que é feito desse herói? Ninguém lhe sabe a origem!
O Poder nunca entrou nas palhas do seu teto…
Somente a esposa enferma, o filho analfabeto,
E lá nos cabarés, – a filha… que era virgem!

Existe essa legião de mártires descrentes
Em cada fim de rua, em cada bairro pobre!
É desgraça demais que num país tão nobre
Que teve um Bonifácio e deu um Tiradentes

Será preciso o sangue borbotar na lança?
E o cadáver do povo apodrecer nas ruas?
Tu não vestes, ó Lei, as próprias filhas tuas?
Morre, pois, mãe cruel, debaixo da vingança!

Mas eu vejo que breve há de chegar a hora
Em que a voz do infeliz é livre – na garganta!
Porque sei que esse Deus que nos palácios canta
É o mesmo Deus que pelos bairros chora!

Quanto riso aqui dentro! E lá fora, os brados!
Quantos leitos de seda! E quantos pés descalçados!
Já que os homens não vêem esses decretos falsos,
Rasga, cristo, o teu manto! Abriga os desgraçados!…

terça-feira, 3 de julho de 2012



Aínda sobre Rio +20 


Leonardo Boff
Teólogo e Filósofo


                                                    Insuficiências conceptuais da Rio+20


 Não corresponde à realidade dizer que a Rio+20 foi um sucesso. Pois não se chegou a nenhuma medida vinculante nem se criaram fundos para a erradicação da pobreza nem mecanismos para o controle do aquecimento global. Não se tomaram decisões para a efetivação do propósito da Conferência que era criar as condições para o “futuro que queremos”. É da lógica dos governos não admitirem fracassos. Mas nem por isso deixam de sê-lo. Dada a degradação geral de todos os serviços ecossistêmicos, não progredir significa regredir.
No fundo, afirma-se: se a crise se encontra no crescimento, então a solução se dá com mais crescimento ainda. Isso concretamente significa: mais uso dos bens e serviços da natureza o que acelera sua exaustão e mais pressão sobre os ecossistemas, já nos seus limites. Dados dos próprios organismos da ONU dão conta que de desde a Rio 92 houve uma perda de 12% da biodiversidade, 3 milhões de metros quadrados de florestas foram desmatados, 40% mais gases de efeito estufa foram emitidos e cerca da metade das reservas de pesca mundiais foram exauridas.
O que espanta é que o documento final e o borrador não mostram nenhum sentido de autocrítica. Não se perguntam por quê chegamos à atual situação, nem percebem, claramente, o caráter sistêmico da crise. Aqui reside a fraqueza teórica e a insuficiência conceptual deste e, em geral, de outros documentos oficiais da ONU. Elenquemos alguns pontos críticos.
Os que decidem continuam dentro do velho software cultural e social que coloca o ser humano numa posição adâmica: sobre a natureza como o seu dominador e explorador, razão fundamental da atual crise ecológica. Não entendem o ser humano como parte da natureza e responsável pelo destino comum. Não incorporaram a visão da nova cosmologia que vê a Terra como viva e o ser humano como a porção consciente e inteligente da própria Terra com a missão de cuidar dela e garantir-lhe sustentabilidade. Ela é vista tamsomente como um reservatório de recursos, sem inteligência e propósito.
Acolheram a “grande transformação”(Polanyi) ao anular a ética, marginalizar a política e instaurar como único eixo estruturador de toda a sociedade a economia; de uma economia de mercado passou-se a uma sociedade de mercado, descolando a economia real da economia financeira especulativa, esta comandando aquela. Confundiram desenvolvimento com crescimento, aquele como o conjunto de valores e condições que permitem o desabrochar da existência humana e este como mera produção de bens a serem comercializados no mercado e consumidos. Entendem a sustentabilidade como a maneira de garantir a continuidade e a reprodução do mesmo, das instituições, das empresas e de outras instâncias, sem mudar sua lógica interna e sem questionar os impactos que causam sobre todos os serviços ecossistêmicos. São reféns de uma concepção antropocêntrica, quer dizer: todos os demais seres somente ganham sentido na medida em que se ordenam ao ser humano, desconhecendo a comunidade de vida, também gerada, como nós, pela Mãe Terra. Entretém uma relação utilitarista com todos os seres, negando-lhes valor intrínseco e por isso como sujeitos de respeito e de direitos, especialmente o planeta Terra.
Por considerar tudo pela ótica do econômico que se rege pela competição e não pela cooperação, aboliram a ética e a dimensão espiritual na reflexão sobre o estilo de vida, de produção e de consumo das sociedades. Sem ética e espiritualidade, nos fizemos bárbaros, insensíveis à paixão de milhões de milhões de famintos e miseráveis. Por isso impera radical individualismo, cada país buscando o seu bem particular por em cima do bem comum global, o que impede, nas Conferências da ONU, consensos e convergências na diversidade. E asssim, hilariantes e alienados, rumamos ao encontro de um abismo, cavado por nossa falta de razão sensível, de sabedoria e de sentido transcendente da existência.
Com estas insuficiências conceptuais, jamais sairemos bem das crises que nos assolam. Este era o clamor da Cúpula dos Povos que apresentava alternativas de esperança. Na pior das hipóteses, a Terra poderá continuar mas sem nós. Que Deus não o permita, porque é “o soberano amante da vida” como atestam as Escrituras judaico-cristãs.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Comício em Beco Estreito
(Jessier Quirino)

´´Pra se fazer um comício
Em tenpo de eleição
Não carece de arrodei
Nem dinheiro muito não
Basta um F-4000
Ou qualquer mei caminhão
Entalado em beco estreito
E um bandeirado má feito
Cruzando em dez posição.

Um locutor tabacudo
De converseiro comprido
Uns alto-falante rouco
Que espalhe o alarido
Microfone com flanela
Ou vermelha ou amarela
Conforme a cor do partido.

Uma ganbiarra véa
Banguela no acender
Quatro faixa de bramante
Escrito qualquer dizer
Dois pistom e um taró
Pode até ficar melhor
Uma torcida pra torcer
Aí é subir pra riba
Meia dúzia de corruto
Quatro babão, cinco puta
Uns oito capanga bruto
E acunhar na promessa
E a pisadinha é essa:
Três promessa por minuto.
Anunciar a chegança
Do corruto ganhador
Pedir o "V" da vitória
Dos dedo dos eleitor
E mandar que os vira-lata
Do bojo da passeata
Traga o home no andor.
Protegendo o monossílabo
De dedada e beliscão
A cavalo na cacunda
Chega o dono da eleição
Faz boca de fechecler
E nesse qué-ré-qué-qué
Vez por outra um foguetão.

Com voz de vento encanado
Com os viva dos babão
É só dizer que é mentira
Sua fama de ladrão
Falar dos roubo dos home
E tá ganha a eleição.
E terminada a campanha
Faturada a votação
Foda-se povo, pistom
Foda-se caminhão
Promessa, meta e programa...
É só mergulhar na Brahma
E curtir a posição.

Sendo um cabra despachudo
De politiquice quente
Batedorzão de carteira
Vigaristão competente
É só mandar pros otário
A foto num calendário
Bem família, bem decente:
Ele, um diabo sério, honrado
Ela, uma diaba influente
Bem vestido e bem posado
Até parecendo gente
Carregando a tiracolo
Sem pose, sem protocolo
Um diabozinho inocente".

quinta-feira, 28 de junho de 2012


Márcia Guedes (In Memorian)
( O despertar  do colibri)

Partiste pequena, antes da hora.
Não viste o dia amanhecer.
Nem das plantas o seu florescer,
Nem os grilhões quebrados outrora.
Gritaste: ``Vem vamos embora...``
Foste forte, grande e valente,
Levaste a bandeira em frente,
Não vistes o que conquistastes,
Este povo que tanto amastes,
Tua luta foi teu presente.

...Otacilio Pires


Márcia Guedes Alcorforado: Foi uma militante do ME. Morreu atropelada. Estava prestes a terminar o curso de Engenharia Civil na UFPE em 1980.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Sobre a documentação da Rio + 20


Fiquei decepcionado com a Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável (Rio + 20) que, na verdade, deveria ser Rio + 40, se levarmos em conta a Conferência de Estocolmo em 16 de junho de 1972. E, antes dessa, o Clube de Roma (1968).
 Como aceitar que a documentação saia, sem definição das diretrizes fundamentais e básicas? Como podemos garantir a sustentabilidade do Planeta, sem que os Países que mais poluem não assumam nem participem da Conferência?

 Fico a perguntar; Qual o poder e verdadeiro papel da ONU diante desta constatação?
 O que podemos fazer, para que haja maior engajamento e compromisso com o destino de todos?
 Os países que deram às costas estão praticando um genocídio e, não fazemos nada?
 Penso que, só um manifesto global contra o consumo e paralisação em massa de compras, possa fazer com que este mundo capitalista e cruel, pare para pensar e rever seus conceitos.

 Bom seria de início, uma semana sem comprar artigos nenhum ou apenas gêneros alimentícios e, de preferência, orgânicos. Nada industrializado!
 Paralisação por um dia de todos os automóveis utilizando, apenas, bicicletas.
Paralisação por dois dias de transações bancárias!
 Desligamento por dois dias, de redes de televisão, rádio, Internet e celulares.
 O mundo precisa parar para pensar em um novo recomeço!

Uma economia de inclusão social e sustentável. Estamos à beira de uma das maiores crises do mundo, decorrente de má gestão e ganância de poucos. Nada mais pertinente que a frase: ´´Nunca tantos pagaram por tão poucos. `` (Wilston Churchil)

Falaram tanto que os sistemas comunistas e socialistas estavam na contramão do tempo. Aí eu pergunto, agora; Este sistema Capitalista de mais explorados que exploradores, de crises cíclicas, está na mão certa?

 "Que grande quimera é o homem! Que confuso caos! Que misto de contradições! Juiz de todas as coisas, e não mais do que um mísero verme! Grande guardador e depositário da verdade e, contudo, um mero acervo de incertezas! Glória e escândalo do Universo!" (Blaise Pascal)


 Caso não consiga que compartilhem desta ídéia, pelo menos serve como desabafo!

 ...Otacilio Pires

quarta-feira, 13 de junho de 2012

(Homem espécie ameaçada)


(Homem espécie ameaçada)
(Rio +20)

Eu ando meio absorto,
E, as vezes, me ausento,
Mergulhado em sentimento,
Que me deixa, sempre, torto.
Como Jesus lá no horto,
Pensando no nosso futuro,
E em um planeta seguro,
Para futuras gerações.
Que os líderes das nações,
Decidam de coração puro.
...Otacilio Pires  (11/06/12)


Com a visão de um faraó,
Em busca da vida eterna,
O homem, assim, externa
O medo de voltar ao Pó.
O homem que se sente só,
Quando a velhice o alcança.
Mas não perde a esperança,
Ao pensar que é eterno.
E nesse conflito interno,
Quer voltar a ser criança.

Por falar em vida eterna,
Salvem o nosso planeta!
Não deixem que o homem cometa,
A catástrofe da serna.
Mas a vida, que lhe é terna,
Temos que se dar mais valor,
Com paz, esperança e amor,
Para as futuras gerações,
Que os dirigentes das nações,
Ouçam o nosso clamor!
...Otacilio Pires  (12/06/12)

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Cinco problemas ambientais e ecológicos da cidade do Recife


Entre tantos problemas ambientais da cidade do Recife, vamos elencar 5 não por grau de importância, mas por, prioritariamente, propor ações de resolução ou mitigação.

1º Sistema de saneamento precário ou em falta:

Somente 30% da cidade do Recife é saneada. Não existe um sistema de captação de esgotos e, a maioria das residências despejam suas fossas nas galerias de águas pluviais. Outras tem um sistema de fossas convencionais, sem critérios rígidos que possam ser consideradas sépticas. Estes tipos de sistemas provocam contaminação do lençol freático , que, por sua vez, contaminam poços artesianos legais e ilegais.
´´Embora  tenha uma extensão territorial pequena de apenas 220 km2, somente 30% deste território possui rede coletora pública de esgotos, restrita ao centro da cidade e a bairros de maior poder aquisitivo.
Em síntese, os números do saneamento no Recife são os que se seguem:
Água:
• 88% dos domicílios estão ligados à rede geral de abastecimento de água;
• 9,6% são atendidos por poços ou nascentes, dos quais 8,7% não possuem canalização – em 1991 esse número era de apenas 2%; esse crescimento se deve ao descrédito no serviço público;
• cerca de 35 mil pessoas consomem água de fontes sem qualquer controle de qualidade;

• racionamento crônico que já dura mais de 20 anos;
• precário controle de operação de poços particulares;
• idem sobre o fornecimento de água em carros pipas;
• proliferação da indústria de engarrafamento e distribuição de água mineral.
Esgoto:
• 42,9% dos domicílios estão ligados à rede geral de esgoto ou rede pluvial;
• 46,6% utilizam fossas sépticas e rudimentares.
• 7,8% jogam os dejetos sem tratamento, em vala, rio, lago, mar ou outro escoadouro;
• 2,7% dos domicílios sequer dispõem de instalações sanitárias, o que equivale a uma população de 40.000 pessoas;
• cerca de 1 milhão de pessoas sem serviço de coleta de esgoto.

Como se pode observar, em termos de Saneamento, a situação do Recife é preocupante: o abastecimento de água é insuficiente pela quantidade ofertada, irregular por sua intermitência, tendo ainda, a qualidade comprometida pela ocorrência de infiltrações nas canalizações motivadas pelo “enche e seca” das paradas decorrentes do racionamento.

O Sistema de Esgotamento Sanitário, insuficiente e precário, compromete a saúde da população e polui os cursos d’água ameaçando hoje, inclusive, a balneabilidade de nossas praias em diversos pontos monitorados. Cumpre destacar, também, o sério comprometimento das estruturas de drenagem pelo lançamento indevido de esgotos sanitários ao longo de décadas.
´´  ¹
Solução proposta:

 De longo prazo: Sanear a cidade do Recife, construindo sistema de encanamento de esgotos, construção de ETE´s, lagoas de estabilização e neutralização.
Este tipo de tratamento requer vontade política e plano de gestão de políticas públicas.
Será necessário mobilização da população para exigir um plano diretor aprovado na câmara dos vereadores.


2º Poços artesianos legais e ilegais  em grande quantidade e em profusão:

Existem muitos poços artesianos legais e ilegais na cidade do Recife. Este problema é grave, pois, a retirada indiscriminada de água no subsolo além de deixar de irrigar o solo provocando o  não abastecimento dos rios, criam bolsões de ar, quando o nível dinâmico é menor que o nível estático do poço. Geralmente, a extração demasiada do poço provoca a salinização das águas e solos, além da não segurança pela qualidade da água, geralmente causada por coliformes fecais oriundos do não tratamento do sistema de saneamento da cidade, condição colocada no problema anterior.
Boa Viagem é um dos bairros que mais possui poços artesianos. Isto devido a quantidade de residências ( Prédios) com alta densidade demográfica ( hab/m²). Desta forma, o abastecimento de água não é suportado pela companhia de águas e esgotos ( Compesa). As tubulações de abastecimento são antigas e mal dimensionadas, não garantindo o abastecimento daquelas residências. A solução tomada pelos usuários foi a perfuração de poços artesianos. Alguns legais mas, a maioria, ilegais.




Fig. 01 -  Poço artesiano


Solução proposta:

 De longo prazo: Refazer todo sistema de abastecimento de água, com previsão de crescimento populacional. O sistema Pirapama já está em andamento.  Já existe algum progresso para este problema.

3º Densidade populacional da Cidade aumentando, demasiadamente.

Com o efeito da nova onda de industrialização de Pernambuco em face do surgimento dos polos industriais no entorno do Recife, houve uma grande procura e estabelecimento de moradias na Região Metropolitana e na cidade do Recife.

A necessidade de construção de prédios para moradia, tornou o Recife em um grande canteiro de obras e a construção civil aumentou assustadoramente.

Grandes problemas ambientais surgem com este crescimento, a saber;

Rede de abastecimento de água (falado no item anterior.)

Rede de esgotos (falado no item anterior.)

Ruas sem comportar frota de veículos. Dificuldade de locomoção, stress gerado por atrasos, acidentes automobilísticos.

Abastecimento de energia elétrica (redes mal dimensionadas)

Poluição por gases de queima de combustíveis fósseis (automóveis)




Fig 02 - População


Solução proposta:
Criação de cidades satélites aos polos industriais.

·         Reformas nas rodovias.


·         Aumento de linhas férreas com trens elétricos ou com outro tipo de energia renovável e não poluente, suspensão magnética.


·         Reabertura de vias, estudo de engenharia de trafego.


·         Utilização e fomentação da ideia de uso de bicicletas, pistas exclusivas para ciclistas, locação de bicicletas , com postos estratégicos na cidade, onde possamos utilizar em um ponto e entregar em outro ponto.


·         Estacionamento de automóveis em pontos de menor fluxo e, transportes coletivos exclusivos para acesso aos  locais de maior fluxo.

4º Avanço do mar na orla de todo o Recife.

O avanço do mar afeta todo o litoral brasileiro e, particularmente grave, em  Recife e cidades beira mar de Pernambuco. As causas do avanço do mar estão relacionadas às mudanças climáticas, à erosão natural provocada pela competição entre o mar e as cidades do litoral, à ocupação urbana desordenada, a construção do porto de Suape, a destruição dos mangues e estuários,  a modificação de foz de rios, destruição arrecifes de corais, correntes marítimas desviadas em consequência de modificações do relevo marinho, entre outros fatores. Como consequência, a água invade e destrói casas, bares e restaurantes construídos na orla marítima.





Fig. 03 – Avanço do mar em Recife


Soluções propostas:
( Longo prazo)

·         Retirada das construções, respeitando o talude do mar

·         Proteção dos bancos de corais existentes.

·         Promoção da educação sobre os problemas ecológicos causados por ocupação desordenada e sem respeito ao meio ambiente, reconhecendo que a natureza reage a tudo que fazemos.

·         Recuperação de mangues e estuários de rios.

·         Elaboração de estudos de impactos ambientais de forma que contemplem problemas futuros e meios de resolução e ou mitigação destes impactos, sem procurar compensação em outras áreas que não resolvam os impactos provocados pelo problema causado.

5º Poluição do Rio Capibaribe e Beberibe

Os rios que banham a cidade do Recife, a Veneza brasileira, são os Rios Capibaribe e Beberibe.
Recife é uma linda cidade que, vista de cima, parece um paraíso, porém, ao ver mais de perto, a realidade é bem diferente.

Os rios que banham a cidade vêm, desde o início da colonização (século 16), sofrendo o processo de morte.
A forma de utilização dos rios e a pouca importância dada ao processo de mantenabilidade de suas condições de vida no que diz respeito ao desmatamento das matas siliares e a mata atlântica, fator de alimento das águas, traz o trágico destino dos rios que, em outras épocas foram, poeticamente citados como: `` Recife é o local onde os Rios Capibaribe e Beberibe se juntam e vão formar o Oceano Atlântico`` - (João Cabral de Melo Neto)

O Capibaribe ou Caapiuar-y-be ou Capibara-ybe (ou ipe), vem da língua tupi e significa rio das capivaras.
Nasce na serra do Jacarará, no município do Brejo da Madre de Deus, na divisa de Pernambuco com a Paraíba. Seu curso tem cerca de 250 quilômetros e sua bacia, aproximadamente, 5.880 quilômetros quadrados.

Possui cerca de 74 afluentes e banha 42 municípios pernambucanos, sendo os principais: Toritama, Santa Cruz do Capibaribe, Salgadinho, Limoeiro, Paudalho, São Lourenço da Mata e o Recife.
Navegável no verão até dois quilômetros acima de sua foz por canoas e botes, no inverno torna-se tão caudaloso que às vezes provoca enchentes e estragos nas áreas ribeirinhas dos município do interior.
O Capibaribe tem grande importância histórica e social na formação e no desenvolvimento de Pernambuco e da região Nordeste do Brasil. Foi denominado de rio-ponte por ter sido, na época colonial, um significativo elo de ligação entre a cultura da cana-de-açúcar da zona da Mata pernambucana e os currais do Agreste e do Sertão.
No século XVI, falava-se muito na gente da várzea do Capibaribe. Foi essa várzea, na paisagem colonial brasileira, a primeira a povoar-se de feitores, lavradores de cana-de-açúcar e senhores de engenhos que deram origem aos conjuntos de casas-grandes ligadas pela água do rio e pelo sangue dos colonos.
Foi na várzea do Capibaribe onde primeiro se consolidou a cultura da cana-de-açúcar no Nordeste, devido ao tipo de solo, o massapê, terra vermelha e fértil, própria para a agricultura canavieira.

A poluição do Capibaribe já vem do interior, nas proximidades de Toritama, onde o Rio é chamado pelos moradores daquela redondeza  de “Rio Azul”. Isso por causa do despejo irresponsável de tinta pelas lavanderias de jeans no pólo de confecção do Agreste.

O rio Beberibe nasce no município Camaragibe, a partir da confluência dos rios Pacas e Araçá, e possui 23,7 km de extensão. Sua bacia hidrográfica mede 81 km2 e envolve uma parte dos seguintes municípios: Recife (65%), Olinda (21%) e Camaragibe (14%). Devido ao déficit no saneamento básico de Olinda e Recife, assim como da ocupação urbana das encostas das margens, o rio é considerado um dos mais poluídos do Estado. Em todo o seu percurso, porém, ele recebe as águas dos afluentes: Pimenteiras, Secca, Marmajudo, Dois Unidos, Água Fria, Assador de Varas ou Chã de Piabas, Beringué ou Roncador, Quimbuca, Tapa d’Água ou Coelhas, Lava-Tripas, e o Beberibe-mirim ou Morno. Hoje, dentre seus principais afluentes, estão o Canal da Malária, o Córrego do Euclides e o Canal Vasco da Gama.
        O rio Beberibe passa ao norte da cidade do Recife, misturando-se às águas do rio Capibaribe, que vêm do sul. Aquele rio nasce de um pequeno olho d’água, situado entre os municípios de São Lourenço e Olinda, nas matas dos antigos engenhos Timbó e Massiape, em um lugar chamado Cabeça de Cavalo. Dali recebe as águas de outros riachos e vertentes.

        O vale do Beberibe é bastante estreito, passando por terrenos baixos e pantanosos, desde a sua nascente até a povoação do mesmo nome. Por isso, seus terrenos laterais - formados por barro ferruginoso e massapé - são inundados, tão logo ocorra uma cheia.
      Os atuais bairros de Água Fria, Fundão e Cajueiro nasceram de Beberibe e, no presente, este último tem uma divisão administrativa bipartida entre os municípios de Olinda e Recife. No período de 1816 à 1817, sobre aquela localidade, um cronista registrou:


Deixando o Recife passa-se pelo povoado de Beberibe, situado sobre o rio do mesmo nome, ornado de lindas casas de campo; e que ali se lava quase a maior parte da roupa do Recife, onde há falta de água doce.


Em pleno século XXI, o problema só se agravou: as águas do rio Beberibe se encontram extremamente poluídas, sendo impróprias, inclusive, para a lavagem de roupa; e, por incrível que possa parecer, quase duzentos anos após a passagem daquele cronista, continua faltando água doce nos municípios do Recife e Olinda e na maioria dos municípios do Estado de Pernambuco.

         Dado ao levantamento histórico destes dois rios que banham a cidade do Recife, seus problemas, a mortalidade dos seus mangues, o problema do lixo que é jogado indiscriminadamente e criminalmente, a pouca importância dada por falta de políticas públicas, que não enxergam o futuro, preocupando, tão somente com o presente, já comprometido ( o futuro é agora!).



Pescador de Lixo


“Aquele rio  jamais se abre aos peixes, / ao brilho, / à inquietação de faca
/ que há nos peixes. / Jamais se abre em peixes. / Abre-se em flores
pobres e negras / como negros. / Abre-se numa flora / suja e mais mendiga
como são os mendigos (…).”
Versos de O Cão sem Plumas



          Soluções propostas

        
(De curto prazo)


·         Limpeza imediata de todo leito dos rios


·         Cumprir a lei de proteção de matas ciliares


·         Fiscalização sistemática e ostensiva contra despejos de lixo nos rios


·         Fiscalização de todas as empresas potenciais poluidoras dos rios, fazendo cumprir a legislação sobre utilização das águas.


Soluções propostas:

          (De longo prazo)


·         Criação de sistemas de despoluição dos rios como estações de tratamento (reatores anaeróbicos de fluxo) ao longo dos leitos, analizando: DQO, DBO, acidez, potabilidade, análises biológicas.


·         Reflorestamento da mata atlântica, dando meios para que haja, novamente, a alimentação destes rios.



Como podemos verificar, os problemas elencados estão intrinsecamente ligados. Como uma teia, os problemas ecológicos sofrem como um todo.
         Como fala o Chefe Seatle, em carta dirigida ao presidente dos Estados Unidos:

´´Isto nós sabemos – a Terra não pertence ao homem –
o homem pertence à Terra.
Isto nós sabemos.
Todas as coisas estão ligadas como o sangue que une uma família.
Todas as coisas estão ligadas.

Tudo o que acontece à Terra – acontece aos filhos da Terra.
O homem não teceu a teia da vida – ele é meramente um fio dela.
O que quer que ele faça à teia, ele faz a si mesmo.´´ ²



O Trabalho

No início era a água

E da água brotou o homem

E a água se fez rio

E o rio acolheu o homem

E o homem brincou na água

E depois conheceu a fome

E as mãos buscaram ofícios

E o trabalho se fez

. . (Cida Pedrosa)


A Dor


Aquele rio

está na memória

como um cão vivo

dentro de uma sala.

Como um cão vivo

dentro de um bolso.

Como um cão vivo

debaixo dos lençóis,

debaixo da camisa,

da pele.

. . (João Cabral de Melo Neto)


 Fontes:




http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?option=com_content&view=article&id=474&Itemid=181 Aceesado em: 01/06/12.