quinta-feira, 20 de novembro de 2014

O POETA CIGANO



O BARCO E O PANO
Não sei se sou mais poeta,
Ou se serei mais cigano...
Seguir em frente é uma meta,
Viver de verso é um plano.

Ter canto em mim introjeta
Um não sei quê de insano:
Não sei se sou mais poeta,
Ou se serei mais cigano.

A minha lida é direta,
Eu ando e verso, ano a ano,
Não sei se sou mais poeta,
Ou se serei mais cigano.

Não sei se sou mais poeta
Ou se serei mais cigano:
Na minha vida inquieta,
Sou barco, e o verso é o pano!
daVi gaLon

POETA E OU CIGANO
Por Santa Sara repleta,
De todo amor Mariano.
A vida assim se completa,
Não sei se sou mais poeta,
Ou se serei mais cigano.

Ter liberdade como meta,
E a alegria no traçar do plano,
Assim a felicidade é completa.
Não sei se sou mais poeta,
Ou se serei mais cigano.

Sou como viajante asceta,
Fugindo de todo desmando,
A natureza assim me completa.
Não sei se sou mais poeta,
Ou se serei mais cigano.

...Otacilio Pires.
(Após vários copos de cerveja)

quarta-feira, 2 de julho de 2014

NEM TODO PAU DÁ ESTEIO ( MEIO MOTE)



NEM TODO PAU DÁ ESTEIO

Nem todo pássaro voa,
Nem todo inseto é besouro
Nem todo judeu é mouro, ‘
Nem todo pau dá canoa;
Nem toda notícia é boa,
Nem tudo que vejo eu creio,
Nem todos zelam o alheio,
Nem toda medida é reta, _
Nem todo homem é poeta,
Nem todo pau dá esteio.

Nem toda água é corrente.
Nem todo adoçado é mel,
Nem tudo que amarga é fel.
Nem todo dia é sol quente;
Nem todo cabra é valente.
Nem toda roda tem veio,
Nem todo matuto é feio,
Nem todo mato é floresta,
Nem todo bonito presta,
Nem todo pau dá esteio.

Nem todo pau dá resina,
Nem toda quentura é fogo,
Nem todo brinquedo é jogo,
Nem toda vaca é leiteira;
Nem toda moça é faceira.
Nem todo golpe é em cheio,
Nem todos livros eu leio,
Nem todo trilho é estrada,
Nem toda gente me agrada.
Nem todo pau dá esteio,

Nem todo estrondo é trovão.
Nem todo vivente fala,
Nem tudo que fura é bala.
Nem todo rico é barão;
Nem todo azedo é limão,
Nem todos pagam “bloqueio”,
Nem todas as noites ceio,
Nem todo vinho é de uva,
Nem toda nuvem traz chuva,
Nem todo pau dá esteio.

Nem todo preto é carvão,
Nem todo azul é anil,
Nem toda terra é Brasil,
Nem toda gente é cristão;
Nem todo índio é pagão,
Nem toda agência é Correio.
Nem toda vage é passeio,
Nem todos prezam bom nome,
Nem toda fruta se come,
Nem todo pau dá esteio.

Nem todo lente é sabido,
Nem tudo que é branco é leite,
Nem todo óleo é azeite,
Nem todo rogo é ouvido,
Nem todo pleito é vencido,
Nem todos vão ao sorteio,
Nem todo sitio é recreio,
Nem toda massa é de trigo,
Nem todo amigo é amigo,
Nem todo pau dá esteio.
...Luiz Dantas

Nem tudo que reluz é ouro,
Nem todo silente é calado,
Nem todo Portugal é Fado,
Nem toda gibão é de couro,
Nem todo rojão dá estouro,
Nem toda férias, veraneio,
Nem todo delírio, devaneio,
Nem todo pensar tem meta,
Nem todo homem é poeta,
Nem todo pau dá esteio.

Nem toda noite é de breu
Nem toda escuta é espreita
Nem todo errado se ajeita
Nem todo avarento é judeu
Nem todo judeu é hebreu
Nem toda mina tem veio
Nem todo peito é um seio
Nem em todo canto eu ceio
Nem todo crente protesta
Nem todo bonito presta,
Nem todo pau dá esteio.

Nem todo crente é fiel
Nem todo ateu é herege
Nem tudo ao centro converge
Nem tudo que amarga é fel
Nem toda abelha faz mel
Nem todo poema granjeio
Nem todo poeta é do meio
Nem toda força é armada
Nem toda gente me agrada.
Nem todo pau dá esteio,

Nem toda água é potável,
Nem todo sal tem cloreto,
Nem todo Tales, de Mileto,
Nem todo sorriso é amável,
Nem toda tristeza, abalável,
Nem todo alinho é asseio,
Nem todo meio permeio,
Nem toda mão cabe à luva,
Nem toda nuvem traz chuva,
Nem todo pau dá esteio.

Nem todo sertão é quente
Nem todo toro é mourão
Nem todo estribilho, refrão,
Nem todo touro, valente,
Nem toda cobra é serpente
Nem todo riacho vadeio
Nem todo envolto, rodeio,
Nem todo mal é de fome
Nem toda fruta se come,
Nem todo pau dá esteio.

Nem todo pecado, confesso,
Nem todo preso é réu
Nem todo premio é troféu
Nem toda passagem, ingresso
Nem toda ordem é progresso
Nem tudo errado, aperreio
Nem todo fim tem um meio
Nem toda braço é abrigo
Nem todo amigo é amigo,
Nem todo pau dá esteio.
...Otacilio Pires

domingo, 15 de junho de 2014

Mote solto: Nem todo sim é bem vindo ( O poetizante)




Nem toda paixão é amor
Nem todo beijo é gostoso
Nem todo pedido é clamor
Nem todo perfume é cheiroso
Nem todo moleque é treloso
Nem todo festejo, advindo.
Nem arrebol vem caindo
Nem todo jogo é cassino
Nem todo esperto, ladino.
                              ´´Nem todo sim é bem vindo.``


Nem toda partida é triste
Nem toda chegada, celebre
Nem toda choupana é casebre
Nem toda lança é riste
Nem todo coringa é carta
Nem toda carta é baralho
Nem toda escrita é exata
Nem todo pau é de Alho!



Nem todo rico é feliz

Nem todo pobre é triste

Nem toda caça é perdiz

Nem todo caçado, resiste.

Nem toda sorte é divina

Nem todo azar é do cão

Nem toda morte, Severina.

Nem todo Cabral é João

Nem todo Chico é de Holanda

Nem todo Caetano é Veloso

Nem toda música é a Banda

Nem todo careca é idoso

...Otacilio Pires - 14-06-14


domingo, 1 de junho de 2014

Jornal Desafio - Pajeú em Verso e Prosa - 30-05-14


Sobre o Amor




Nesta vida de tantos amores fáceis,
Fácil é perder a noção do amor.
O amor banalizado causa dor,
E a tristeza predomina e de viés,
A vida sempre tem o seu revés.
O amor sempre segue seu destino. 
 Ele é nobre e depende do seu tino,
E quem ama tem posturas corajosas.
´´Aprendi que na vida muitas rosas,
São espinhos nos pés de um peregrino.``
...Otacilio Pires.


Pra quem diz que sofreu o mal do amor,
Confunde o que é primo em sentimento.
O amor não exige, sequer, lamento,
E, por certo, não provoca alguma dor.
O amor, verdadeiro, é libertador
E, por mais que prive, é libertação
Como um pássaro em voo de arribação
A procura da vida sai voando
´´AO BEIJAR SUA BOCA FUI GLOSANDO
NOSSOS MOTES DE AMOR NO CORAÇÃO``

...Otacilio Pires.